sexta-feira, 29 de abril de 2011

65 – Há nevoeiros estranhos

O Luís e o Mike juntaram-se-nos perto do Liceu. Ficaram admirados por me verem e eu igualmente por os ver, sobretudo o Mike.

- Então, Mike, nenhuma cheerleader para aquecer ontem, ehn?

O contrário do que é habitual ele pareceu-me um pouco embaraçado. Respondeu-me sumidamente com um monossilábico não. Espantado fiquei.

Mais ainda ao notar no ar um clima estranho que não conseguiu identificar. Subitamente ninguém tinha nada para dizer. As raparigas tinham se comportado até à chegada deles como sempre, bastante faladoras e expansivas. Agora tinha tudo mudado. Até parecia que não nos conhecíamos. Estranho.

Sem saber o que fazer nem como quebrar o gelo olhei para a Joana como que pedindo instruções. Ela parecia misteriosamente divertida e mal reparou no meu olhar. Estávamos ali em silêncio, olhando para o Liceu ou para o céu ou para a Main ou para outro lado.

Por fim lembrei-me:

- Vamos ao Hide. – O parque sempre fora o meu refúgio. ~

Todos acolheram a ideia com entusiasmo. Tinha salvo o dia, julgando pela reacção de todos. As raparigas ladearam a Clarissa (para desconsolo do Luís, reparei eu) e explicaram tudo sobre o nosso parque público preferido (e único, a bem da verdade). A Joana contou como o nosso grupo foi formado para mostrar a importância daquele local para todos.

Quando parámos na ponte sobre o Fiona para apreciar a paisagem, o nevoeiro recuara até aos montes que nos protegem e separam do rio Sado. Tanto a norte como a sul, perto das respectivas barragens, ainda se viam bancos de neblina. E o nevoeiro que se instalara no nosso grupo?

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