terça-feira, 5 de abril de 2011

58 – E a adrenalina começa a jorrar

Tive muitas horas para pensar exactamente como iria fazer as coisas. Também para ganhar coragem... e muita. O que me propunha fazer poderia ser a coisa mais genial ou mais estúpida do universo. Tudo dependesse de como sairia da situação.

Foi sentado no alpendre do Dr. Capuchinho que tive a ideia, mas levei as horas seguintes da noite e madrugada para conceber o plano. Aquele domingo iria começar de forma diferente para a Joana e para mim. Já o anterior foi invulgar começando com a minha cabeça a bater na mesa de cabeceira.

O meu plano teve variáveis que potencialmente expõem e denunciam-me, mas não consegui melhor. Lamento. Uma delas foi o facto de ter ido buscar à loja do meu pai um determinado objecto. Se ele descobrir que desapareceu vai pensar logo em mim, afinal tenho alguma facilidade de acesso.

Tanta facilidade tive que depois da tarde no alpendre, mal entrei em casa e vendo que ninguém me ouvira chegar fui pegar a chave das traseiras da Grand Groceries e escapuli-me. Felizmente chovia. Em quinze minutos fui e vim. Outra variável era a minha possível visibilidade nesse tempo. Alguém pode ter-me visto.

Com calma elaborei o plano. O que fizera até então era só o alicerce único e fundamental para seguir em frente ou não. Até perto do momento em que o plano estiver concluído, posso sempre desistir. O ponto de não retorno implica duas acções de preferência simultâneas. De preferência, mas impossíveis de concretizar ao mesmo tempo, afinal sou só um.

Isso levanta outra questão: porquê sozinho? Porque não abrir o jogo ao Mike e contar com a sua ajuda? A bem da verdade não sei. Somos amigos, é certo, mas isto com a Joana vai para além, muito, das nossas histórias amorosas com as raparigas e amigas delas que costumávamos... assim como que... partilhar. É feio dizer, mas acho no fundo, bem lá no fundo, que temo um possível interesse do Mike pela minha Joana no caso de ela não estar tão interessada em mim como eu nela. Espera-me um processo, longo ou não, de conquista, de sedução. Ele é o meu melhor amigo, mas tenho medo da sua interferência. Para já vou arriscar sozinho.

Gela-se-me o sangue, arrepia-se-me a pele, mas meu Deus como me sinto vivo!

1 comentário:

  1. Sim, se o Beto não confia a 100% no Mike, é melhor agir sozinho.

    Sente-se vivo, o mais importante. Que vá em frente ;)

    ResponderEliminar

Queria deixar aqui a sua opinião.