sexta-feira, 8 de outubro de 2010

7 – Some hot spots

Que mais se pode dizer sobre Silveira? Há várias warehouses (sim, nós aqui chamamos isto às lojas que não são da área dos comes e bebes), principalmente na avenida principal, chamada Main Avenue. O sistema de comércio nesta cidade é interessante. Para todos os efeitos os nossos fornecedores externos têm os nossos contactos em terras aqui nas redondezas, é aí que estão os armazéns. Depois nós, discretamente, trazemos as mercadorias para a cidade. Eu sei disto porque o meu pai gere o Grand Silveira’s Groceries Store, ali vende um pouco de tudo, desde fruta a bugigangas. Sim, a moda dos trezentos também chegou aqui. A loja situa-se no primeiro cruzamento da Main. Primeiro e principal de toda a cidade. A via que cruza com a Main é a New England Street (na minha opinião esta merecia ser também ser uma avenida, é tão larga como a Main) e liga a oeste o campo de desportos, não escolares, com a estrada que liga Silveira com o resto do mundo a leste. Na realidade todas as estradas vão dar à saída de Silveira, o tal portão mágico. É uma verdadeira rede viária.

Naturalmente que o cruzamento tem um nome... e ele é... America’s Point. Um forasteiro dirá: “o quê?” e depois “porquê”. E alguém dirá, silveirense claro, porque sim. Nós chamamos-lhe somente Point. E o Point tem uma importância fundamental para o jovem, e mesmo adulto, silveirense. Numa esquina tem o Grand Groceries, em frente na Main está a Young Silveira’s Food, onde os adolescentes e jovens vão encontrar-se, namorar e comer uma sandes com uma cola. Mesmo antes da Young está o Post Officce onde a minha mãe trabalhou. Dou outro lado da New England, do lado da Grand está o The Workers Licor and Food, um largo restaurante onde, agora, quem for ou pretenda ser alguém em Silveira vem aqui regularmente, é uma espécie de ante-câmara da Câmara. Do outro lado está Fiona’s Boutique a maior warehouse dedicada à roupa, mas homem que é homem vai à casa do senhor Augusto “Peninha” Alves. Os jovens não têm outro remédio se não ir ao exterior comprar a roupa que preferem. Eu já tentei convencer o meu pai a abrir uma secção de roupa jovem, mas ele diz que não tem alvará.

Ao lado do Fiona’s Boutique está o Silveira’s Theatre onde se vê o cinema possível. Na verdade agora está muito melhor, embora não se devesse chamar tecnicamente cinema ao vídeo. Recentemente os responsáveis pela cidade perderam a cabeça e compraram um écran plasma enorme e como os dvds são baratos e acessíveis, os silveirenses cinéfilos andam a ver os êxitos com uns meses de atraso. É bem melhor do que antes, que não víamos nada ou com anos de atraso. Quem quer ver teatro vai ao exterior ou ao liceu.

Quem quer dançar tem dois locais: ao lado do Young, e pertencendo à mesma gerência, está um inicialmente projectado Saloon remodelado no interior, que se converteu em bar discoteca, para festas maiores é aberto o andar superior, mas normalmente lá situa-se uma associação recreativa; o outro lugar para se dançar é o Hide Park, sim Hide, porque está circundado por uma vedação de madeira de um metro e se situa no fim da New England à direita, lá existe um parque muito bonito e bem tratado, há um coreto e um pequeno anfiteatro ao ar livre, é aí que se pode dançar, quando a música for propícia, ou então estar sentado na relva. O coreto tem o nome de coreto e o anfiteatro o nome de Silveira’s Music Bowl. Americanices.

3 comentários:

  1. Está bem imaginado, o Jota lembra-se de tudo! Mas presumo que ainda acontecerá alguma coisa, que haverá acção, um "plot"...

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  2. Sim, claro que haverá, mas ainda vai demorar... Quando comecei a escrever esta história, não pensava em publicá-la na internet, seria em livro de papel. Ao publicar neste blog começo a perceber que há diferenças entre os dois veículos de divulgação e só um leitor muito fiel, como é o caso, vai manter o interesse.

    Vão haver diálogos, mistérios e por isso enredo. Só peço um pouco de mais paciência.

    Acrescento que ainda não terminei de escrever a história e já vai com muitos capítulos, pequenos, mas abundantes.

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  3. Sim, não há dúvida que os leitores de blogues são impacientes. Por outro lado, podem "embarcar" na história em qualquer altura, ao contrário do que se faz com um livro (ninguém começa a ler um livro pelo meio). Por isso, continue! Pode ser que apareçam mais leitores, quando houver "diálogos e mistérios" ;)

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